Inclusão
Kit didático desenvolvido para pessoas com deficiência visual é avaliado na UCPel
Atividade, que contou com a participação de um acadêmico com deficiência visual, fez parte da disciplina de Arquitetura e Organização de Computadores e Sistemas Operacionais
Foto: Leandro Lopes - Especial - DP - Farias elogiou o desenvolvimento do material
Na última semana, o aluno Rhaniel Farias, do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), realizou um protocolo de validação de um kit didático desenvolvido pelos professores Eduardo Antônio César da Costa e Leandro Zafalon Pieper, com o apoio do auxiliar de Laboratório Eletrônico Marcel Luiz Bassos e da mediadora educacional Ane Maciel Dias. Dentro do curso está prevista uma variedade de tópicos essenciais para o entendimento do funcionamento dos computadores. Para muitos estudantes, a compreensão desses conceitos pode ser desafiadora, principalmente aqueles com deficiência visual. É nesse contexto que se destaca a necessidade do desenvolvimento e utilização do kit didático no aprendizado de diagramas de circuitos lógicos.
Para a realização desse projeto, foi utilizada a tecnologia de impressão 3D com recursos táteis, confeccionando um material prático, acessível e identificável por meio de instruções em Braille, além de montagem intuitiva, facilitando a memorização e possibilitando que o aluno compreenda o tema de maneira concreta. O estudante ficou surpreso com a qualidade do material desenvolvido. “Como desenvolvedor de software e especialista em QA de acessibilidade, minha rotina inclui a leitura de códigos usando o leitor de telas NVDA. Contudo, nesta disciplina, que explora portas lógicas e suas respostas de forma visual, enfrentava dificuldades para compreender os conceitos, mesmo com o auxílio de áudio descrição. A colaboração de todos que se propuseram adaptar o conteúdo visual para uma representação tátil usando uma impressora 3D, foi simplesmente incrível”, avaliou.
Farias aponta que não esperava que o resultado alcançasse uma precisão e qualidade tão notáveis. “O material foi meticulosamente elaborado, permitindo que eu montasse conexões sem que as peças escorregassem pela mesa. Um fio com encaixes nas extremidades facilita a conectividade entre as peças que representam as portas lógicas, e o Braille identifica cada componente. Essa experiência me proporcionou uma surpresa agradável e uma percepção quase visual da matéria, impulsionando meu desejo de continuar na UCPel e concluir meu curso”, declara.
O coordenador do curso de ADS da UCPel, Leandro Zafalon Pieper, ressaltou a importância dessas atividades para a formação do aluno e a procura de alternativas que englobam pessoas com deficiência visual. Já a professora Ane Maciel avalia que o trabalho desenvolvido em equipe pelo Atendimento Educacional Especializado, docentes e técnicos proporciona ao estudante a chance de ver de modo tátil o que os colegas enxergam. A validação do material, aprovada pelo estudante, confirma que a Universidade está atenta ao processo de inclusão.
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